QUANDO A RAZÃO PERTENCE À EMOÇÃO

Julgado fugaz e na vala comum das perdas, anda o dito emocional;

Porque nos dias modernos, o tecnocrata governa da íntima caverna;

E dita normas auto-beneficentes, para a identificação do ato "normal";

Ensinando os tolos a assumir os remos, do bote que lhes desgoverna!

Estão matando o valor das lágrimas, em nome da falsa sociologia;

E o amor desse pós-milênio, saiu dos poemas para morar nos contratos;

Ser folha seca arrastada pelo moderno, tornou-se ideologia;

E o medo das chuvas da verdade, tem edificado humanos sem telhados!

Abaixo a industrialização da produção de minha mente;

Porque não quero as minhas fragilidades, em código de barras;

Deus preferiu não me fazer herói, quando do pó tornou-me gente;

Pra que não subisse além das minhas estaturas, não me deu garras!

Exijo o meu direito á loucura e me dou ao privilégio de me perder;

Porque se assim não fora, jamais encontraria o que me falta;

Livre de fato é todo homem, que a si mesmo pode prender;

Porque um universo imposto, não passa de uma ilusão em lata!

Que o céu azul de um verão, não nos convença a abdicar do inverno;

Que não percamos a visão, que a própria imperfeição tem seu valor;

Porque sem emoção, dá-se o comando do íntimo ao olhar externo;

E sem dar ouvidos ao coração, jamais saberíamos o que é o amor!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/05/2008
Código do texto: T989523
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