Deserto de Concreto
Aridez que consome
Crianças que passam fome
Entre prédios e assédios
Que resplandecem nos arranhas-céus
Iluminuras agora sem canduras
Sempre duras e inertes...
Automáticas como os flertes
De camelos negros metálicos
Com valores muitas vezes fálicos...
Sou Tuaregue de pensamentos
Andando e pestanejando
De como saber tomar café amargo
Juntando com o doce caro do damasco
E sobreviver em tão duro deserto
Onde as chuvas são tão ácidas
Quanto o refrigerante que tomo.
A caravana vai passar!
Os camelos não bebem tanta água
O dinheiro pouco hão de sempre sugar
Pro tão falado uso certo!
Sou nômade informatizado sedentário
Neste meu deserto de concreto!