SÓLIDOS VALORES

Eu me sinto envaidecido, por essa minha completa ausência de orgulho;

Eu me vejo nas alturas, justamente por me admitir pequeno;

Pela isenção que consigo ter, por respeitar até o que não me misturo;

Jogo pra ganhar, jamais apostando onde a perdição esteja valendo!

Eu me sinto realizado com o pouco de que disponho;

E louvo a disposição de minha língua, para bem pouco trabalhar;

Me basta a riqueza, desprovida do materialismo com que não sonho;

Sou provido, mesmo sem o consumo, cujo luxo não posso me dar!

Eu aplaudo meu espelho, que não me reflete um padrão de beleza;

Eu sempre encontro um destino feliz, nas estradas desertas;

Ostento sem falsa modéstia, meu atestado de exclusão da nobreza;

Me sinto um humano sábio, quando reconheço minhas ações incertas!

Eu sou daqueles que não vendem ao supermercado sua independência;

Eu sou o filho crescido, que não dorme sem a bênção da mãe e do pai;

Eu ligo o televisor, mas não o deixo programar minha consciência;

Que as leviandades tentem novas arapucas, pois sua sedução não me atrai!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 08/05/2008
Código do texto: T980272
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