Simples assim (amores possíveis).

Tão estranho é o coração do homem

Subjetivo e vago, sujeito inconseqüente, um inconstante eterno

Que os que vivem de acordo com este, invariavelmente estão perdidos

No entanto este amigo da onça não o faz por mal, quer o seu bem

E costumam ser sinceros... E não pressentem o perigo.

Levam seus donos, pelas mãos, por caminhos obscuros

Atrás de uma luz que se vislumbra no fim de um túnel escuro e frio

E, não raro, sua mão quente e esperançosa se desgarra

Deixando o pobre estúpido ali, sem saber como agir.

Sozinho, na escuridão agora total, só lhe resta seguir... sem saber aonde ir.

O fato é que este mesmo traidor é quem lhe salva dessa situação

Pois em um dia, que certamente não esperas, mergulhado no frio e na absoluta solidão

Surgirá novamente a tal luz diante de seus olhos e um calor que lhe envolve totalmente

E a mesma mão esperançosa toma a sua com carinho...

E a mesma voz imperiosa lhe diz:

–Recomece... Vá em frente!

Não fujam destarte, meus amigos, desse nobre trapalhão...

Não evitem seus desastrosos palpites, suas escolhas duvidosas.

Toda esta sua confusão.

Vivam seus amores possíveis, chorem e sorriam, quantas vezes forem necessárias

Tudo é tão efêmero...

Apenas uma vida, para errar e acertar.

Pequem sempre pelo exagero, nunca pela omissão.

Quando a razão lhe disser, com toda a força:

– Não faça... Dará errado no fim...

Faça!

Não há tempo a perder... E é como deve ser...

Simples assim.

L>K