SINAIS DO FIM

O homem que rabiscava nas cavernas, já temia seus martírios iminentes;

Escravizado por seus mitos, tornou-se vítima de suas próprias invencionices;

Deu-se às suas cabalas e oráculos, como a tantas outras infindas vertentes;

Aprendeu a lucrar com o ofício apostólico, de suas charlatanices!

Ele aprendeu a ler os tempos, e assumiu o trono da natureza;

Todos os jardins que aqui achou, converteu em paraísos de ambição;

Dedicou a ídolos e a si, a majestosa honra cabível à verdadeira realeza;

Construiu fábricas de ganância, onde o Criador projetou haver um coração!

Como um cão de raça medíocre, domesticada vive a ciência;

Em plena subserviência aos desatinos, de seus sonhos terrenos;

Devoto de ocultismos, fiel a fábulas, ridiculariza a santa crença;

Rindo de seu eterno infortúnio, mergulha no abismo que atende a seus acenos!

Homem que treme sob a lavra de Nostradamus, que chora ante os vaticínios da Virgem;

É o mesmo que escreve o seu destino, nas folhas que se ausentam do sagrado;

Que leva em procissões sua fé inútil, gestos vãos de almas que não se corrigem;

Que rejeita todas as mesas, que não servem o pão de seu agrado!

Como espirais da razão, o tempo volta de onde partiu;

E os mosaicos da modernidade, confrontam os homens de todas as eras;

De terno e gravata, montado em tecnologias, da caverna jamais saiu;

Letrado e jactanciosamente celebrado, permanece a pior de todas as feras!

E nesse quadro em que vejo guerras, fome grassante e cruel violência;

Eu me nego a todas as místicas, que maquiam o mal que não vejo em mim;

Que nos braços de Cristo, multipliquem-se em milagre, meus últimos grãos de inocência;

Porque a minha geração, não consegue discernir, o limiar de seu próprio fim!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/05/2008
Reeditado em 23/07/2008
Código do texto: T971762
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