SINAIS DO FIM
O homem que rabiscava nas cavernas, já temia seus martírios iminentes;
Escravizado por seus mitos, tornou-se vítima de suas próprias invencionices;
Deu-se às suas cabalas e oráculos, como a tantas outras infindas vertentes;
Aprendeu a lucrar com o ofício apostólico, de suas charlatanices!
Ele aprendeu a ler os tempos, e assumiu o trono da natureza;
Todos os jardins que aqui achou, converteu em paraísos de ambição;
Dedicou a ídolos e a si, a majestosa honra cabível à verdadeira realeza;
Construiu fábricas de ganância, onde o Criador projetou haver um coração!
Como um cão de raça medíocre, domesticada vive a ciência;
Em plena subserviência aos desatinos, de seus sonhos terrenos;
Devoto de ocultismos, fiel a fábulas, ridiculariza a santa crença;
Rindo de seu eterno infortúnio, mergulha no abismo que atende a seus acenos!
Homem que treme sob a lavra de Nostradamus, que chora ante os vaticínios da Virgem;
É o mesmo que escreve o seu destino, nas folhas que se ausentam do sagrado;
Que leva em procissões sua fé inútil, gestos vãos de almas que não se corrigem;
Que rejeita todas as mesas, que não servem o pão de seu agrado!
Como espirais da razão, o tempo volta de onde partiu;
E os mosaicos da modernidade, confrontam os homens de todas as eras;
De terno e gravata, montado em tecnologias, da caverna jamais saiu;
Letrado e jactanciosamente celebrado, permanece a pior de todas as feras!
E nesse quadro em que vejo guerras, fome grassante e cruel violência;
Eu me nego a todas as místicas, que maquiam o mal que não vejo em mim;
Que nos braços de Cristo, multipliquem-se em milagre, meus últimos grãos de inocência;
Porque a minha geração, não consegue discernir, o limiar de seu próprio fim!!