Antítese.
Tudo na vida é passageiro.
A própria realidade é ilusória e efêmera...
Não existem verdades absolutas, nada é verdadeiro.
A sociedade é sazonal e mutável... é temporária.
As pessoas mudam, milhões de vezes, até seu momento derradeiro.
O corpo envelhece, a mente cresce.
A importância dada a todas as coisas muda.
Os valores se alteram, idéias surgem e morrem.
Os brinquedos mudam de tamanho e de preço.
É este o caminho natural dos homens.
Pois quanto ao amor, afirmo que nada se aprende.
Este é matéria para estudos infindáveis.
Este é o enigma insolúvel, intrigante e garboso.
Teorema absurdo, eterno problema...
Maravilhoso.
Maravilhoso, sim, já que ele é verdadeiro motivo de tudo o que se faz, pois dele emana todo e qualquer ordinário ato humano.
Ele contém as respostas e as perguntas, que convivem juntas.
Ele é o senhor dos acertos, das coisas boas, como também dos enganos.
Antítese perfeita, pura dualidade.
O preto e o branco, a cegueira e a visão, o céu e o inferno.
Dia e noite, guerra e paz, vida e morte...
Mentira ou realidade.
Findável... Eterno.
É o algoz e o médico, é o mal e a cura.
Daquelas poesias perfeitas, irretocáveis, que aquecem o coração.
Quando não é a noticia ruim, que é ouvida em um domingo de paz.
Quando não é uma chuva fria, que cai em pleno verão.
No amor, encontra-se sentido para estar vivo bem como vontade de deixar de viver.
É ópio viciante, que euforiza ou transtorna, mas que nos move adiante.
O amor é alivio quando não é a própria dor.
Mil faces ele tem, que se alteram em uma velocidade estonteante.
Alivio...quando não a própria dor.
Por vezes ele é ódio... não deixando de ser...
Amor.
Não existem palavras perfeitas para defini-lo.
A palavra é escrava dos homens e se resumem, aos destes, pensamentos.
O amor é de quem não vemos, seres intangíveis, feitos de sonho.
Que vagam à esmo, anjos, e que com um lamento...
Se matam de amor (pois de amor se morre) quando nos beijam.
Não há vergonha em assumir-se um leigo neste assunto.
E a beleza da coisa toda, está mesmo em não saber.
Quem passou tantos carnavais, e que dele apanha, e que dele não larga.
Sempre tentará compreendê-lo, insistente, ad eternum...
Até morrer.
Se um dia alguém lhe disser que domina suas nuances.
Que olhou em seus olhos, tocou sua alma, desvendou-o sem medo.
O destrinchou completamente, o esquadrinhou...
Lhe afirmar que conhece todos os seus segredos.
Se não for mentira, faça-o calar, ou corra, não ouça...
Pois não há graça, nem propósito nenhum, em sabê-lo.
Antítese!
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