Quem?
No duto do tempo há vazamentos
pelas frestas das juntas dos seus seguimentos
Tal como líquidos que se esvaem de nós.
deixando escapar nesses fluídos sonhos e esperanças
Para sempre perdidos são somente lembranças
em filetes que secam lá fora sem a nenhum destino chegar
Esse duto-destino ou vida
leva-nos indiferente por entre os compartimentos-anos
ao longo de tudo que deixamos
Prendendo, espremendo, empurrando-nos por altos e planos
sem que nos dê idéia de onde desaguamos:
se num deserto ou num oceano
Se não me engano eu era alguém assim
Se ainda me lembro o que eu sei de mim
Eu era alguém pra lá de bom e de ruim
E o que foi que me tornei?
Pensando bem, detestei
o que ainda descobrirei, enfim...