SEDE DE SENSAÇÕES

Sou sujeito passivo de um suspiro

Desorientado prisioneiro de um desejo

Carrasco de decisões banidas da normalidade

De qualquer um agreste palhaço da vida

Sim, a vida é um circo ilusionista malabarista

Um trapézio sem rede que nos torna indomáveis

Vorazes animais famintos de emoções

É insaciável a sede de sensações neste palco

De enredos teatrais das nossas vontades soltas

Em gargalhadas como cortinas embelezadoras

De dores que nos dão a mais pura lição de vida

Como palhaços maquilhamos interesses

Iludindo inocentes tão culpados quanto nós

Sem magia o destino é cartola dos nossos truques

Ora sacamos uma pomba branca de sinceridade

Voando livres sobre planícies virgens

Ora tiramos lenços para enxaguar lágrimas

Jorradas pela nossa inércia galopante

Pelas pradarias doentes da nossa alma