DIAS

dias, dias, dias.

Dias nublados.

Dias ensolarados.

Dias que mostram-se negros.

Negros pelas relações.

Negros pelas maldades.

Negros pela crueldade.

Negros pela perversidade.

Para viver precisamos ser iguais?

Para sobreviver precisamos viver na subjulgação?

Me questiono onde está a liberdade.

Me questiono onde está o respeito pelas diferenças.

Pregamos que é nas diferenças que as relações se complementam,

que há crescimento, mas a prática tem mostrado que o diferente incomoda, é doença que precisa ser estirpada, arrancada. Sem levar em consideração que o diferente tem vida e sangra.

Prega o respeito, mas observo que este é da boca para fora.

Quero de volta os meus dias de sol.

Quero de volta o canto do meu beija-flor.

Quero de volta minhas noites com sol.

Quero de volta o prazer de executar o meu trabalho.

Quero de volta o ser respeitada pelo que sou, faço e penso.

Raquel Fernandes

Raquel da Silva Fernandes
Enviado por Raquel da Silva Fernandes em 17/04/2008
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