DIAS
dias, dias, dias.
Dias nublados.
Dias ensolarados.
Dias que mostram-se negros.
Negros pelas relações.
Negros pelas maldades.
Negros pela crueldade.
Negros pela perversidade.
Para viver precisamos ser iguais?
Para sobreviver precisamos viver na subjulgação?
Me questiono onde está a liberdade.
Me questiono onde está o respeito pelas diferenças.
Pregamos que é nas diferenças que as relações se complementam,
que há crescimento, mas a prática tem mostrado que o diferente incomoda, é doença que precisa ser estirpada, arrancada. Sem levar em consideração que o diferente tem vida e sangra.
Prega o respeito, mas observo que este é da boca para fora.
Quero de volta os meus dias de sol.
Quero de volta o canto do meu beija-flor.
Quero de volta minhas noites com sol.
Quero de volta o prazer de executar o meu trabalho.
Quero de volta o ser respeitada pelo que sou, faço e penso.
Raquel Fernandes