ÓDIOS CONFESSOS

Num mundo de conceitos controversos;

Reina o absolutismo das idéias relativas;

Onde os valores apontam pra caminhos inversos;

Onde os covardes carregam os indecisos, em suas locomotivas!

Mundo de deuses humanos, de almas caninas;

Desapegadas de afeição, advogadas do meu horror;

Nas suas artérias, circulam condenáveis adrenalinas;

Eu me condenaria, se por seus atos, nutrisse amor!

E como amar esse valor humano, lançado em vala comum?

Se me vejo desarmado, pelo brado de seus ossos?

Eu sou a voz que não se adequa, às caricias preferidas de ouvido algum;

Eu sou aquele, que do topo da torre, alardeia seus ódios!

Da indiferença, da intolerância e da conivência;

Do consumismo, da inércia social e do casuísmo;

Das falsas atenções, recheadas de violência;

Da crença na descrença, do estímulo aos vícios!

Dos carrascos infantis, que fazem compras nas esquinas;

Dos cães glutões, que matam a gente sobre quem legislam;

Dos arrasadores de lares, dos violadores de meninos e meninas;

Das vozes incoerentes, que condenam tudo que imitam!

Da moderna maternidade algoz, do capitalismo feroz;

Do brinde feito com sangue, em nome da desigualdade;

Da realidade além das telas, que diferente daquela, se apresenta atroz;

Da imparcialidade, a cada dia, adquirindo maior status de raridade!

Todos os meus ódios, contra todos os meus dissabores;

E minhas duas faces, cá estão para os tapas do antagonismo;

Eu amo a vida, e todas as ações humanas motivadas por sinceros amores;

Eu odeio todo o mal, e todos os seus exércitos de falso moralismo!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/04/2008
Código do texto: T948570
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