O POETA DO POVO
O que sabemos de nós mesmos, nenhum olhar consegue ver;
E o parecer da consciência, não se equipara ao veredicto coletivo;
Predicativo para alguns, quando julgamos que nem sujeito podemos ser;
E em meio a tantos rótulos, nos perdemos de nossos reais adjetivos!
Aos olhos da admiração, somos exemplo de estrelismo;
E as grandezas que nos atribuem, nunca superam nossas insignificâncias;
Sob as hordas dessa ficção, perece na batalha o realismo;
Posto que nenhum humano superlativismo, a meu ver, tem relevância!
Há também os dardos destrutivos, do pseudo criticismo;
Que se arvora da imparcialidade, para invejar com dissimulação;
Enquanto sonhamos com os ares, eles torcem por nossos abismos;
Julgam poder nos envenenar, pelo cínico estender de sua mão!
Por isso eu não me perco, sob os ataques de tantos olhares;
Alguns que me abrigam, outros que em si não me dão lugar algum;
Por isso esvazio o peso da vaidade, e da humildade renovo os pesares;
Nem estrela e nem sombra, sou apenas um homem comum!!