Pergunte...

Para as verdes colinas

Para as altas montanhas

Quanto tempo vai durar

Até que o fim venha

Viva...

Cantando pelas esquinas

Amando sem barganhas

Pois um dia há de acabar

No frio inverno a sua lenha

Que queima os sonhos

E na fumaça envia ao vento

O fim de todos os seus demônios

E te traz a paz e alento

Pergunte...

Para as montanhas velhas

Para as nuvens vermelhas

Para as simples camélias

Para as rápidas abelhas

E espere...

A resposta para os sonhos perdidos

A resposta para os caminhos antigos

A resposta para os amores temidos

A resposta para os velhos amigos

Um dia ela vem

Quando caírem as últimas folhas do outono

Quando as almas se tornarem limpas como o mar azul

Quando morrerem as últimas esperanças em abandono

Quando sumirem as últimas estradas do sul

Aí surgirá mais uma dúvida

Aí o tempo parará para toda a vida

Pergunte então para que servem os corações

Que são proibidos de amar

Ou então para que servem as emoções

Se não podemos demonstrar

Um dia quando o tempo parar

Um dia quando o sol sumir

Um dia quando o mar secar

Um dia quando o amor falir

Você vai querer perguntar

Para onde vão as nuvens no ar?

Para onde vão as gaivotas no mar?

Onde nós fomos parar?

Desde quando deixamos de amar?

Ou então pergunte para as árvores nesse momento

Porque joguei minha vida ao vento?