Poesia abstrata
A raiz da desilusão
Confronta a saudade
Com o colapso
Do estreito selvagem
Entre a emoção
E o substancial suspiro
Que desfaz o selar
Das conjugações humanas.
Duelar com o amor
Soluçar sem formigar
As desigualdades secas
Que o silencio causa,
Não é o que congela
Nem o que espeta
A vida nas amarguras
Dos dias flagelados
Sem carinho.
Palpitar o remorso
Desvendar o involuntário
E apalpar o calor
Na dimensão sucinta
Do súbito desejo
De ser feliz
Ou ao menos
Fugir da infelicidade
Com o sabor da verdade.