FALANDO COM MEUS EUS
Eu me obrigo a ser candeia a cada dia;
Pois a caverna que me aspira, é muito mais que mero mito;
E me achei como resposta antropológica, à minha filosofia;
Porque sou o extinto platonismo, sem conflito!
Minhas perguntas, eu elucido com divagações;
Pois especulo que me vacino, ao fugir de toda terapêutica;
O meu acaso faz rabiscos, no destino de suas ilações;
Porque sou tudo quando nada, me sendo Sócrates sem maiêutica!
Eu torno pitagóricas, as pressuposições cartesianas;
Porque convenço a mim mesmo, que a exatidão não passa de cinismo;
Talvez por conta das minhas virtuosidades levianas;
Ou em função da moralidade contida em meu hedonismo!
Eu sou verbete subentendido, no dicionário de Voltaire;
Porque explico sua paixão, pelo que tanto combatia;
Eu sou muitos em mim mesmo, antes que meu mesmismo se altere;
Pois se acordasse meu Maquiavel, o fim de meus meios não se justificaria!
E assim convivo com meus eus, e não me martirizo;
Porque preciso me entender, antes mesmo que me explique;
Sou vaidade sem Narciso, sou unidade sem socialismo;
Sou apenas eu e mais ninguém, pra que só a mim me justifique!!