AH, QUEM ME DERA!...
Perdida em devaneios e utopias
escondo-me entre os que me procuram.
Olho pro céu a procura das três marias
imitando os que me imitam...
Procuro a coragem pra lutar com o medo
e distribuo sorrisos amarelos.
Olvidando o escuro da noite, afirmo que é cedo.
E ainda nem sei se sou objeto ou gente!
Fugi de uma prisão sem grades,
em que fui trancafiada e
deixei mentiras atrás de verdades.
Todavia, a carga não parece pesada...
Oro a Deus. Mas, em minhas orações, pouco acredito.
Vejo no melhor amigo o pior inimigo. Absurdo?
Mas vez por outra medito...
Grito minha ira da paz em silêncio surdo!
Hipocondríaca desse amor
sonho com um anjo e sigo
recusando os remédios pra aliviar essa dor.
Sendo suspiros o que mais esbanjo...
Somos o Yang e o Ying...
O anjo mau e o demônio angelical,
Ormuz e Mazdá,
O princípio e o fim...
E nos queremos mais assim!
Ou só eu quero? Isso me desespera...
Eu sou de ti. E tu, serás de mim?
Ah, quem me dera!...