OS EQUÍVOCOS DO AMOR

Quando faz obstinada opção, por morada imerecida;

Quando destina ao desfecho, as suas páginas iniciais;

Quando adere à caverna, podendo ser cosmopolita;

O amor erra, quando não discerne seus próprios sinais!

Quando aceita ser chamado, de tudo aquilo que não é;

Quando abandona no passado, o que carrega até o futuro;

Quando desiste de si mesmo, durante as crises de sua fé;

Erra o amor, quando mantêm-se na árvore, após maduro!

Quando pretende superar, a luta que nunca travou;

Quando acostuma-se a regar, as flores tristes de sua omissão;

Quando idolatra a solidão, e leva o peso de seu andor;

O amor se equivoca, quando se esconde num falso não!

Quando se morde durante a música, quando se prende à nostalgia;

Quando se tranca num quarto escuro, e faz visitas aos pesadelos;

Quando derrama lágrimas inertes, por tudo aquilo que nunca faria;

Engana-se o amor, quando se julga mais forte que os seus apelos!

Quando se presta à estranheza, dos braços que não são devidos;

Quando decreta a sua morte, para brotar um sucessor;

Quando desiste de investir, na iminência de seus auspícios;

Confunde-se o amor, quando tem por êxito, o que o faz desertor!

Quando promete ao nosso olhar, que quem olhamos nos amará;

Quando engana nosso juízo, e com a prudência nos põe em guerra;

Quando ilude a alma do poeta, e por suas letras o faz chorar;

Erra todo aquele que crê, que o amor também não erra!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 27/03/2008
Código do texto: T919244
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