OS EQUÍVOCOS DO AMOR
Quando faz obstinada opção, por morada imerecida;
Quando destina ao desfecho, as suas páginas iniciais;
Quando adere à caverna, podendo ser cosmopolita;
O amor erra, quando não discerne seus próprios sinais!
Quando aceita ser chamado, de tudo aquilo que não é;
Quando abandona no passado, o que carrega até o futuro;
Quando desiste de si mesmo, durante as crises de sua fé;
Erra o amor, quando mantêm-se na árvore, após maduro!
Quando pretende superar, a luta que nunca travou;
Quando acostuma-se a regar, as flores tristes de sua omissão;
Quando idolatra a solidão, e leva o peso de seu andor;
O amor se equivoca, quando se esconde num falso não!
Quando se morde durante a música, quando se prende à nostalgia;
Quando se tranca num quarto escuro, e faz visitas aos pesadelos;
Quando derrama lágrimas inertes, por tudo aquilo que nunca faria;
Engana-se o amor, quando se julga mais forte que os seus apelos!
Quando se presta à estranheza, dos braços que não são devidos;
Quando decreta a sua morte, para brotar um sucessor;
Quando desiste de investir, na iminência de seus auspícios;
Confunde-se o amor, quando tem por êxito, o que o faz desertor!
Quando promete ao nosso olhar, que quem olhamos nos amará;
Quando engana nosso juízo, e com a prudência nos põe em guerra;
Quando ilude a alma do poeta, e por suas letras o faz chorar;
Erra todo aquele que crê, que o amor também não erra!!