O QUE É O AMOR?

Alguém já disse que o coração não escolhe a quem amar;

Que o amor é nosso detentor, e que o oposto jamais;

Algo comparável a uma noite, sem autoridade sobre o luar;

Ou um ser racional, sem o domínio de tudo quanto faz!

Disseram que o amor é espada que atravessa a razão;

Que não se avista em calma brisa, posto que é densa chama;

Que passa ao largo das zonas cerebrais, por habitar no coração;

Que ao sermos raptados pela serenidade, para si ele nos reclama!

Amor, segundo o dito popular, é o açúcar da loucura;

Já se feriu, já se fugiu e se matou, em nome dele;

Justifica-se o quadro de lágrimas, se dele for sua moldura;

Até despreza-se o prometido neste, pelo que se projeta naquele!

Quem vai me ensinar o que é o amor? Quem poderá me convencer?

Seria eu alguém de outro mundo, que por aqui se acidentou?

Vislumbrando tanta disfarçatez, que nem sentimento poderia ser;

Ou quem sabe tal grandeza à minha percepção se vedou?

Cenas míopes de suibjetivismo ou sofismo das abstrações?

O discurso do amor, assumiu todas as conveniências do romantismo;

Amor é gota de céu e não fragmentos alucinógenos dos corações;

Tá mais pra Cristo, que pra neoplatonismo!

Ninguém me diga o que é o amor, porque não vou acreditar;

Aqui transitam teorias que ferem mortalmente o seu sentido;

Amor é transcendente realidade, aquém de um mero emocionar;

O amor pode ser supra-real, mas não é surrealismo!!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 24/03/2008
Reeditado em 02/07/2009
Código do texto: T914631
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