O QUE É O AMOR?
Alguém já disse que o coração não escolhe a quem amar;
Que o amor é nosso detentor, e que o oposto jamais;
Algo comparável a uma noite, sem autoridade sobre o luar;
Ou um ser racional, sem o domínio de tudo quanto faz!
Disseram que o amor é espada que atravessa a razão;
Que não se avista em calma brisa, posto que é densa chama;
Que passa ao largo das zonas cerebrais, por habitar no coração;
Que ao sermos raptados pela serenidade, para si ele nos reclama!
Amor, segundo o dito popular, é o açúcar da loucura;
Já se feriu, já se fugiu e se matou, em nome dele;
Justifica-se o quadro de lágrimas, se dele for sua moldura;
Até despreza-se o prometido neste, pelo que se projeta naquele!
Quem vai me ensinar o que é o amor? Quem poderá me convencer?
Seria eu alguém de outro mundo, que por aqui se acidentou?
Vislumbrando tanta disfarçatez, que nem sentimento poderia ser;
Ou quem sabe tal grandeza à minha percepção se vedou?
Cenas míopes de suibjetivismo ou sofismo das abstrações?
O discurso do amor, assumiu todas as conveniências do romantismo;
Amor é gota de céu e não fragmentos alucinógenos dos corações;
Tá mais pra Cristo, que pra neoplatonismo!
Ninguém me diga o que é o amor, porque não vou acreditar;
Aqui transitam teorias que ferem mortalmente o seu sentido;
Amor é transcendente realidade, aquém de um mero emocionar;
O amor pode ser supra-real, mas não é surrealismo!!