Montanha russa

Derrapo nas incertezas da vida que vivo

Na correnteza na qual lido ativo

Ou no torpor sedentário em que afundo passivo?

Se gosto mesmo da alegria dos movimentos ávidos

Ou da serenidade dos que pensam cálidos?

Mergulho as profundezas dessas alternâncias

Engulo as proezas a que me obrigam nas tais circunstâncias

Quando é o contrário do que quero, o ritmo me cansa.

Quando coincide o desejo com o que me ocorre

Exulto em efêmeros lampejos toda a apoteose

Milímetro, nanômetros, por um triz escapo.

No último momento como a fuga de um rato

Ou sou surpreendido como quem é traído

Por algum ardil que me deixa perdido

E num esforço extremo retorno combalido

Então, maldigo a hora desses infortúnios.

Mal paro pra pensar como saí do túnel

Às vezes logo à frente há outro acidente

Mesclando as sensações com um prazer coincidente

E eu tonto, de bate pronto, ajo instintivamente.