A vontade

À vontade

A vontade que eu tenho

É de chutar o balde

Matar o inimigo

Matar a mim mesmo

Tenho vontade

Inesperadas

Inexistentes

Impossíveis

Tenho vontade do louco

A inspiração dos gênios

E a lógica dos espertos

Minha vontade não existe

Eu escrevo por instinto

Eu me alimento por obrigação

Eu existo por vontade

Minha vontade

É de chover leite

E escorrer mel

Mas das chuvas só vejo minhas lágrimas

E do mel a decepção

Pois do mundo não vejo moinhos

Pois do mundo vejo a decadência

Os poetas morreram

E esqueceram de voltar