Prescrição

O mundo não tem remédio

Toda bula da prescrição da cura pela verdade

tem mentiras colaterais, aplaca o mêdo

mas não cura os ais

E felizes vivemos no ermo de nossas insanidades

Em qualquer idade

A vida não é imprópria para maiores ou menores de alma

E ainda tem-se que manter a calma

Limpar os pés das sujeiras deixadas pelos rastros

das gerações saturadas de inúteis orações

Pentear os sentimentos desalinhados

pra poder parecer-se asseado diante da própria imagem

Que linhagem!

Dê-me apenas anestesia para que possa saldar a dor de meus dias

Esses que vêm e vão

Oh vida! És carrocel a girar em meio ao cemitério

E aos vitupérios, deito na cama e sonho com um novo amanhã

Outra vez?

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 19/12/2005
Reeditado em 19/12/2005
Código do texto: T88282