O QUE FICOU NAS RETICÊNCIAS...

Entender a vida, buscar respostas...

...Não mais...

Vivo das minhas certezas particulares,

(sedimentadas como velhas rochas)

às quais cheguei após muito andar.

Piso o caminho sem pressa,

porém sem esmorecer.

Sei o que me basta e é bem pouco,

até finalmente eu ir habitar outras estâncias...

Um entardecer sereno,

uma manhã fresca , um café bem forte...

Gosto de aromas envolventes,

ternos abraços, olhos sorrindo pra mim... beijos...

E o Fandango, personagem

de Érico, dizia algo como "mas a vida tem coisas

tão boas, uma talhada de melancia,

a sombra de uma árvore..."

E as más a gente vai levando...

Se tenho algum projeto, não sei...

E esperanças...acho mesmo é que tenho vontades.

(Ah ...a vida é mesmo tentadora...)

O que é ter um futuro pela frente,

estrada deserta que nem sei se vou trilhar?

Você diz que foi ruim ter esperanças,

e eu digo que é ruim estar tão só neste momento...

Sou dona do meu rumo,

... agora...

meu lugar é onde meus pés me levarem,

e onde, alçado o vôo, minhas asas

me permitirem pousar.

E sabemos os dois que "a vida é um sopro",

não há tempo pra projetos, nem

pra esperanças vazias,

e, por favor, preencha

aquelas reticências, tantas ...

e especialmente, não tenha medo

de me dizer...

... aquilo que tanto deseja...

Que são projetos de vida,

cálculos sobre a prancheta do arquiteto?

Não ter esperanças pra não sofrer depois,

usar adoçante para iludir o paladar,

mentir a nós mesmos que enganamos o diabo,

não romper a linha de nossa covardia,

e sofrer o tempo inteiro...

... amordaçando o coração!

tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 29/02/2008
Reeditado em 23/05/2011
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