ANÚNCIO
Fala, Senhor, o teu servo te escuta.
És na hora da labuta meu pensamento de amor.
Minha água viva, meu alimento, Senhor,
Meu destino e direção.
Minha oração, meu solfejo, prece ardente de paz.
Busco o “infinito lugarejo”, a morada eterna do Pai.
Passam os encantos desta natureza
Como passa o “concreto” dos “sábios”.
E nem de perto enxergam a pureza;
Saem gritos e blasfêmias de seus lábios.
Penso hoje em ti, Senhor,
Derrubando o mal e o seu orgulho.
Ensinando a verdade, sem barulho,
Na vereda latente do amor.
E todo joelho vai se dobrar
Ao romper do Silêncio Paciente
Que espera do homem a semente
De encontrar-se com o que veio libertar.
Pára, ó homem, vê de perto
A certeza do amanhã que te espera!
Crer no Senhor não é quimera,
É a resposta do teu “por quê” em aberto.
Tua vida, os teus bens não satisfazem
Sempre queres o poder pra dominar,
Esquecendo O que veio iluminar
Este mundo perdido em trevas.
Pára a tua inquietude
Teu desejo de ter, de prazer.
Enche os confins de teu ser
Da caridade, da fé em plenitude.