VERSOS PARA MIM

É incrível como ecoa
Do meu espírito que entoa
O som da poesia celeste !

É de um sentido tão forte,
Que vai de sul a norte,
Que vem de oeste a leste.

As rimas certas, concisas,
Enformam-se em formas lisas,
Mesmo estando indiferente:

É como se um leve assovio
De alguém que estivesse com frio,
Soasse cá dentro da gente.

É um poeta procurando
No mesmo caminho em que ando,
Outro poeta também.

Que tenha sensibilidade
De dosar a saudade,
O dom e o sonho de alguém.

E que fale da alegria
Que deixou a alma vazia
Mas em colocação boa.

Às vezes me pego pensando
Em letras, em versos sonhando,
Rimando e sorrindo à toa.

Formando às vezes um laço
De entrelaçados compassos,
Em "cês", "êmes" e "éles";

Entoando uma canção,
Tão parecidos que são
Com os de Cecília Meirelles.

E este esculpido poeta
Tão compenetrado, soletra
Para si o próprio nome.

Tão fugaz, a idéia escapa;
Tão tênue,o laço desata,
Que às vezes até some.

E escreve, absorto;
Às vezes certo, às vezes torto ...
E dessa linhas, eu sei !

Sobe a caneta e desce,
Desenha as curvas de um "ésse":
O "ésse" do nome - Sirley !