LIVRE ARBÍTRIO

Pode ficar nesse poço,
Água até o pescoço.
Esperando ela subir,
Não tente sair.
Pode ficar no seu micro universo,
Aprisionando o seu verso.
Não, não olhe além dos montes,
Não beba de outras fontes.
Pode ficar com as asas paradas,
Desperdiçando tantas alvoradas.
Não tente nenhuma descoberta,
Ignore a porta entreaberta.
Pode ficar assentado sobre a quietude,
Para quê mudar de atitude?
Pode ficar bem assim, deixe-se estar no vão,
Para todos os sins – diga; não!
Não viva – não deixe se amar – não ame;
Mas também (não) reclame.