Dilema dialético
O intra-esférico esquema de formas translúcidas,
contrastante com a necessidade verbal idiossincrática,
acaba formando metas falsamente lúdicas,
num vai e vem interlocutor da prática.
Não quero álcool, pois estou exausto.
Não afio a navalha por estar desleixado.
Não vejo o inferno na divina gargalhada de Fausto.
Minha percepção diz o que já foi enxaguado.
Não vejo o que fiz nesta folha de papel,
pois o formar das letras não condiz com minha sobriedade.
“Nunca leia o além das minhas rochas transcendentais”;
nada do que vê te trás alacridade.
Fisguei minha mente tresloucada,
num acesso de poesia embriagada...
Envergonho-me ante minha anti-lucidez,
enquanto tudo é exposto na bancada.