Trilhas nas Sombras...

O tempo ceifa o mundo dividindo-o ao meio,

Fragmentando nossas lembranças,

Tornando-as frias e mortas dentro de nós.

Onde estava meu fôlego de vida?

Nestas sombras que encobrem meus olhos diante de um passado,

E com passos obscuros torna-se cada vez mais perturbador.

Não haveria mundo além destes caminhos,

Muito menos a esperança de retornar ao lar.

Há o desconhecido que amedronta e golpeia,

A luz que alimenta as trilhas entre as sombras,

O medo que desafia os sentidos,

Apenas a escolha que persegue e atormenta.

Quando ouço o tempo gritar as horas que passam,

Perco-me nesse profundo calabouço infinito.

Sinto-me preso nas cordas que movem os minutos,

Na piedade e súplica dos sonhos.

Estes que se quebram como espelhos,

E Jamais poderão refletir meus desejos mais profundos.

Por que deveria cruzar o mar que separa a luz e o silêncio?

A sublime penumbra do medo cobre meus olhos,

Faz-me esquecer do presente,

Não haverá nem futuro, nem passado.

Pois o mapa que guiaria minha jornada fora perdido,

Abandonado pelas minhas palavras incompletas,

Agora restaram somente o último sopro voz,

Para gritar além das muralhas que me cercam,

Paredes do desespero...

Na busca por uma vida mensageira,

Que me tire das trevas...

Do esquecimento...

Até que minha visão clareie as trilhas cruéis,

E meus passos conduzam as horas no último trecho da angústia.

Gabriel Russelle
Enviado por Gabriel Russelle em 09/02/2008
Reeditado em 09/02/2008
Código do texto: T852003