O SILÊNCIO É PERFEITO

É tão perfeito o silêncio

Quando tudo o que sei me chega á alma

Deixando uma luz entre as minhas mãos que ousam

Pedir á mente que retire o arame farpado

Da fronteira entre o sentir as coisas tal como elas são

E entre o sonho que contesta agitação

Fazendo pairar em mim sensações

De que o amanhã fica para depois

De chegar um pouco mais adiante na realidade

Nesta estranha demolição do tempo

Que mato alado de ansiedade já morto por si próprio

Rendido a uma eternidade que não testemunharei

Mas que não hesitará me transpor leviana

Numa importância errada e aprendiz do sério

Que esqueço durante o meu acontecimento

Não me incomoda a ida de hoje por diante

Vinda de uma inocência crua e isenta

Das minhas tentações que não invento

Os eventos sem escolha das minhas emoções

Sigo na vaga da intuição que chama por mim

Sem demoras nem poluição de lamentos

Ganhando raízes num lema de confiança

Como intermediário que me ampara as quedas

Um lema que explode no meu ego

Que a tristeza da solidão acaba

Quando a solidão é liberdade