Patchwork
Não posso ficar séria demais.
Senão terei me perdido
Completamente…
Inebriada por censuras
Crenças limitantes
Palavras de ordem.
Tanto tempo para aprender
A sorrir… assim,
Com os dentes à mostra
A alma exposta
A cara ao sol.
Sem medo algum
De arder por inteiro…
Intensa. Insana.
Talvez há de ser uma outra
Coisa qualquer que não se
Intimida por palavras.
Gestos imperativos
Ditados ultrapassados…
Coragem há de se beber
A goles fartos.
Medos são escudos
Não podem nos limitar.
Vestir carinhosamente
A própria pele, sem disfarces…
Tem que ser desse jeitinho
Um tanto engasgada
Pelo riso que tropeça
Se sobrepõe ao discurso.
Nessa voz atonal
Não… De jeito nenhum
Ficarei sóbria além da conta.
Loucura boa é bobagem
Leveza para respeitar
Os próprios atos, afetos
Íntimos, seguros de ser
O que há de mais autêntico
Essencial, imperfeito.
O eu construído fio a fio
Nas tramas bonitas da vida.
*Si*