Patchwork

Não posso ficar séria demais.

Senão terei me perdido

Completamente…

Inebriada por censuras

Crenças limitantes

Palavras de ordem.

Tanto tempo para aprender

A sorrir… assim,

Com os dentes à mostra

A alma exposta

A cara ao sol.

Sem medo algum

De arder por inteiro…

Intensa. Insana.

Talvez há de ser uma outra

Coisa qualquer que não se

Intimida por palavras.

Gestos imperativos

Ditados ultrapassados…

Coragem há de se beber

A goles fartos.

Medos são escudos

Não podem nos limitar.

Vestir carinhosamente

A própria pele, sem disfarces…

Tem que ser desse jeitinho

Um tanto engasgada

Pelo riso que tropeça

Se sobrepõe ao discurso.

Nessa voz atonal

Não… De jeito nenhum

Ficarei sóbria além da conta.

Loucura boa é bobagem

Leveza para respeitar

Os próprios atos, afetos

Íntimos, seguros de ser

O que há de mais autêntico

Essencial, imperfeito.

O eu construído fio a fio

Nas tramas bonitas da vida.

*Si*

Simone Ferreira
Enviado por Simone Ferreira em 01/04/2025
Código do texto: T8299298
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