Buscando verdades

Ele chegou como andarilho guardando segredos no bornal

Ela acreditou que eram poesias de amor

E aguardou uma após a outra

Serem retiradas e lançadas

No meio das noites ele abria o que ela achava ser relicário

Pela manhã ela recolhia as quimeras

Ele continuava construindo o falso mundo

Ela sempre acreditava e aceitava

Até que ela entendeu serem falsos personagens

Cabeças retiradas de estatuetas

Braços de estantes de bibliotecas

Jogos comprados em papelarias montados como quebra-cabeças

Ela notou que eram todos juntados de decepados

Neste instante as mensagens desmoronaram

Ela encolheu, sentindo-se em um cômodo fechado

Ladeada de livros despencados

Agora ela é que se faz andarilha

Na procura da verdadeira poesia

As mãos já não vedam as pálpebras

Mas se fazem pedintes na busca do mundo das verdades