As letras manuscritas
As letras manuscritas
Das mãos que geram tímidas letras
Que compõem honestas palavras
Ideias pela mente cobiçadas
Na busca por tirá-las das gavetas.
Das letras, às vezes, “desengonçadas”
Cuja compreensão é, ao menos, obsoleta
Não há mente alguma que prometa
Que, sem esforço, elas serão melhoradas.
As letras manuscritas que propuseram meu início
As raízes de um amor, hoje, interminável
Ou, seria este, um tão dócil vício?
Não, prefiro algo mais respeitável
Ou, me entregue ao hospício
Por ter pensamento lamentável.
As letras manuscritas nascidas na infância
Sujeitas a erros de grafia
De compreensão ou concordância
Por desconhecimento da metodologia.
As letras manuscritas, sem importância
Produto de mentes tão vazias
Que temem as regras da caligrafia
Preferem permanecer sem relevância.
Assim, eis a morte das letras manuscritas
Pela tecnologia que facilitou o aprendizado
Economiza o tempo dedicado
Pois, a mente já não mais exercita.
Marcel Lopes
22/02/2025