A um amigo
Numa dobra do tempo, uma vida brilha e deixa cintilar sua certeza num porvir sem males.
Inscrita no coração da história, essa centelha persiste, para além de toda dor, como um silente amor, que vence os nossos medos primordiais.
A festa febril da existência, num relâmpago intenso, se esvai rumo ao infinito desejado, no colo de um bom Deus.
Toda ilusão das gentes, todo combate serenamente travado, toda impotência das nossas forças mergulham em águas profundas e desconhecidas.
De tudo quanto há pra saber, em cada tempo, sabemos uma coisa, da qual nos esquecemos sempre: a verdade é desesquecimento.
João Batista Valverde
20/02/2023