A HUMANIDADE EM NÓS

Ganância não é ambição,

Ilusão não é esperança,

Prisão não é amor,

Não poderemos levar nessa mala tanto rancor.

A dor é a planta que germina para florescer alegria,

É inevitável passar por lutas e não sentir agonia,

Mas nossa luz não pode fenecer,

Mesmo que sinta que seu interior é uma pequena vela resistindo ao vendaval.

Somos a geração que não poderá deixar a luz da humanidade se apagar,

Precisamos perseverar com doçura em cada amargar,

Eles e nós estamos à espera de uma palavra de amor que traga a cura,

Que virá na contramão do ritmo desgastante em mundo em loucura,

Então sejamos o amor em meio a tanta secura.

A silenciosa solidão que agonia,

Quando em boa companhia vira folia,

Permita-se o amor sem medo de se ferir,

Essa vulnerabilidade vai clarear o caminho como a luz do sol a intervir,

E se nublar, iremos chover os bons sentimentos,

Mesmo quando a dor da despedida mostrar seu algoz,

Fazendo-nos despedir até de pedaços de nós.

Como não viver a dor de cada parte deixada pelo caminho?

Abraçando o novo sem esquecer o que era,

Aquilo que transformou o “eu” de agora,

Celebrando o novo que é a transformação do que era outrora,

Mantendo vivo na consciência,

Que nesta transformação precisamos manter a essência.

Se sentir visto é o maior milagre para aquele que se sente esquecido,

Para sentir que de alguma forma seguirá pelo afeto aquecido.

Na dor, plantemos um pouco mais de ambição, esperança e amor,

Para que a flor da dor floresça, finalmente, a felicidade,

É tempo de demonstrar a resistência da frágil luz da vela,

Para que a humanidade e nós, a humanidade em nós,

E a humanidade em nós, encontre a cura de cada mazela,

Sejamos o amor e se permita ao amor em meio a loucura,

E perceba a ferida encontrar sua cura.