Sobre o tempo sóbrio

E de qual tempo a gente fala?

Daquele visto no ponteiro

ou do que se desfaz por inteiro

quando enterrado na vala?

O tempo é assim, tão sereno!

Tão veneno!

Tão atroz!

O tempo pode ser pequeno

nada ameno

mas veloz

Seja estampado na face medonha

refletido no espelho, perdido

Expõe toda a nossa vergonha

lamentando-se por ter sido banido

Jamais olhará para trás

o tempo caminha adiante

Deglute de forma voraz

enquanto a mente é relutante

Findo a poesia!

Despeço-me por aqui

Cansado dessa euforia

De escrever sobre o tempo

[coisa que nunca vi]

ACIDEZ
Enviado por ACIDEZ em 18/12/2024
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