A Pedagogia do Erro

Em meu vasto ser me engano, as palavras florescem em fogo e cometo erros.

Digo pesadas ofensas como rios que correm livres de limites.

E com a intensidade do coração que pulsa, tomo erradas decisões.

Às vezes levado por forças que movem montanhas dentro de mim,

Deslizo na desarmonia do nervosismo, na dança e vento da pressa,

Floresce em mim as carências da racionalidade e prudência.

E eu me engano, uma, duas, mil vezes, cometo falhas repetidas,

Situações que podem ser corrigidas, fatos que merecem reparação.

Mas erro e nesse pedregulho me encontro.

Na falha, na navalha do arrependimento, encontro um traço da grandeza,

Pois cada passo em falso me refaz.

E sinto na derrota uma nova fortaleza, rocha que construo refúgio.

Equivocar, errar é o caminho para além.

Em cada erro há uma chama a brilhar, sou feito de fragmentos e de quedas,

Caminho pelos tortuosos vales, na dor do engano, a vida também se revela.

Aceito o desafio do errante caminho e vejo nele a redenção.

Errei, mas sou o que tracei meus passos, nele me ilumino.

Eis-me aqui, forjado em incessante fogo, moldado nas brasas dos equívocos.

Ser efervescente em refazer caminhos, pois os erros elevam a grandiosidade.

Os erros nos transforma - a mim e a todos - em engrenagens transcendentais,

Intimas do fracasso, parte fundamental de tatear e conhecer o mundo.

Dennis de Oliveira Santos
Enviado por Dennis de Oliveira Santos em 29/11/2024
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