A poesia é o meu refúgio
A poesia não exige que eu seja forte,
não me apressa, não me aponta para onde ir.
Ela só me ouve, em silêncio profundo,
como quem diz: aqui, você cabe no mundo.
Aqui, não há julgamentos, não há cobrança,
apenas a verdade crua do que sou.
Minhas oscilações, meu grito contido,
tudo ganha voz no verso que brotou.
Não preciso ser perfeita, nem mesmo inteira,
na poesia cabe toda a minha bagagem:
As rachaduras e a sombra do medo.
Na poesia eu me permito cair, pois a queda é voo em segredo.
Às vezes, uma poesia não é bonita, mas é o bastante.
Não salva, não cura, mas mantém minha alma respirando.
Meus dias são iguais em seu peso, e ninguém parece querer ouvir o que dói em mim.
Estou fragmentada e confusa, mas me faço inteira no verso.
As palavras me costuram, linha por linha, fazendo de mim uma história que se faz e se desfaz.
E, assim, na casa da palavra, onde meu caos encontra sua ordem, encontro um pouco de paz.
Um alívio suave entre o agora e o que poderia ter sido.