Chico
Nunca mais vi aquele pôr do sol espanhol, pois aquele pôr do sol pertence a Chico.
E, quando me afundo no mar, é como se mergulhasse nas ondas dos teus cabelos.
Afinal, o mar é a tua morada, assim como é a morada de Ogum.
Em outras risadas embalo uma bossa, mas não é como a bossa de Chico.
Mas ninguém é como Chico; afinal, ele não passa de uma fantasia.
Chico vive apenas nas minhas ilusões.
A realidade nunca chegará aos pés de uma expectativa.
E é por isso que deixei Chico para viver a realidade.
Assim, não é a bossa de Chico que toca agora, mas sim a de Jorge,
aquele que possui o mesmo nome de Ogum,
aquele que caminha pela estrada e lê estes versos, que um dia foram de Chico.