Escravocratas desde 1500

Desde o grito do achamento

[terra fértil a vista]

a terra foi tomada e dividida,

e o corpo suado do trabalhador

se tornou a moeda da vida.

Acorda cedo, antes mesmo do sol aparecer,

Toma o seu café quase frio, os olhos em neblina,

enfrenta a rotina que o engole seco,

sem poder questionar, sem trégua, sem mina.

O relógio é tirano, a jornada bem longa,

o salário é pouco e o desgaste é imenso,

mas a fome não espera, o sistema não perdoa,

vivemos para sobreviver, vivemos para dar luxo aos superiores, presos em nosso silêncio.

Notícias bombardeiam, cedo e tarde,

a guerra é presencial e digital, sem pausa, sem respiro, sem descanso, sem desvaneio,

e enquanto o dedo rola pela tela e milhões 3 faturado,

um mundo se perde cada vez mais, mas ninguém está disposto a girar o giro da roleta.

A tecnologia avança, mas o tempo é escasso,

a entrega chega rápido, mas o corpo não resiste,

o trabalho, que deveria ser leve,

é uma prisão onde a alma persiste.

Na manhã fatídica, todos já tem seu caminho,

sem ânimo, sem sonho, sem luz, sem esperança, sem fim,

[meritocracia!? Só no vocabulário do rico que vem herdando de berço em berço ]

e o chefe de cima, em sua torre distante de marfim

ordena o passo do operário, sempre a frente de mim.

Pobre não tem meritocracia!

Consequência de 1500,

exploração em cima da exploração,

onde países que se nomeiam de primeiro mundo.

Mas, o trabalhador, é mais que um número,

é sangue, suor e alma em luta,

sem ele, sem sua força, persistência, e sua vontade de viver

não haveria riqueza, nem estrutura, nem essa disputa.

Sem a exploração, nada existiria,

o luxo das torres altas, o brilho das ruas,

pois é o corpo que arrasta o peso da história,

e o sangue do trabalhador que sustenta as muralhas.

Sem nós, nada existiria!

Anna Gonçalves
Enviado por Anna Gonçalves em 13/11/2024
Reeditado em 19/11/2024
Código do texto: T8196236
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