OUSADIA POÉTICA
Ouso fazer poesia,
para assanhar as verdades,
respingar o oculto
na cara da mentira.
Para desfazer a sujeira,
fazer brilhar o sol,
fazer sonhar a luz da manhã,
fazer o dia feliz enamorar a noite...
Ouso gostar da poesia,
como alimento celeste...
nunca como lasanha congelada
ou ambrosia fervente,
nunca salpicantes profiteroles,
mas sempre manjar dos deuses...
Fazer sim poesia para assustar cobras,
convivendo com pombos e borboletas,
assim correr céus e Olimpos,
buscar mares nunca dantes
navegados...
Buscar passagens polêmicas
e fazer cortes com o punhal
vibrante da poesia...
Para que todos amem
e sejam amantes poetas !
Fazer então poesia,
antes que as manhãs
se apaguem... !