Nada
Uma folha em branco
Um bolso vazio
A seca histórica que mostra o fundo do rio
O nada revela tudo
Um clarão na madrugada
Mesmo tendo tudo uma hora você sente algo estranho
Como se nao fosse nada
O silêncio
O tormento
Um pequeno passatempo
As horas da madrugada
A estrada deserta
O peito vazio
Tudo fica por um fio
Quando já não sentimos nada
O espaço entre um passo e outro
A horas solitária no calabouço
Apenas o vazio dentro de si
Nada mais te faz sorri
Tudo é igual a nada
A distância
A ignorância
A viagem marcada e atrasada
Esperamos tantas coisas
E sempre encontramos o nada
O nada ainda não tem tradução
Eu sou da espécie
Você também é
E agora, José?
Não se preocupe com nada
Somos da família
Acostumados com a espera infrutífera
Aqui não acontece nada
Aqui é o nada que vigora
Batalhamos por horas a fio
O nada nunca vai embora
Eu sou mais um
Você também é
A nossa soma de dois quadrados
Vezes zero
O resultado você já sabe quanto é