Entre Laços e Silêncios
Não ligo tanto pra morte,
mas, às vezes, ela me visita em pensamento,
só um lampejo, um leve lamento,
me lembrando do tanto que ainda me importa.
Treze cães, meus fiéis companheiros,
olhos atentos, corações sinceros,
vivem comigo, esperam por mim,
seriam eles quem mais sentiria o fim.
Minha esposa, minha parceira,
presente, silenciosa, inteira,
parte de tudo que construímos,
um elo que, sem palavras, partilhamos.
Minha mãe, um amor que me embala,
forte, sem precisar ser dito,
sei que, na minha ausência,
ficaria um vazio, um espaço aflito.
Meu pai, discreto, mas presente,
encontraria um jeito de seguir,
com a calma de quem entende
que a vida é uma onda a nos conduzir.
E os meus irmãos, cada um em seu lugar,
não tão próximos, mas no mesmo mar,
um laço tranquilo, um entendimento,
que a família é mais que o tempo e o vento.
Fico, então, enquanto a vida me deixa,
em cada olhar, em cada toque que sinto,
entre os latidos e os silêncios que amo,
nessa paz que me envolve, me acalma e aquece.