Premonição

A premonição é monótona.

Vejo o inferno obscuro

com a clareza da cegueira

obscena a qual a vida é.

Lágrimas agridoces nos dias

recebem os afetos,

derretem no rosto de cera

dessa minha angélica

melancolia orgânica e genérica.

Lentamente tento concluir e

remediar, mas fujo

do arquétipo ponderado

de Mercúrio; o senhor

da clareza apaixonada em

sinapses emocionais, que

minha ansiedade, desespero

e o constante e frio medo,

gritam contra sua soberania.

Enxergo angústia na terra.

Desabrochará sob o jazigo

ervas da noite para me benzer.

Sob a lua de sangue

que dentre corvos dançam

na tormenta das nuvens,

o sono dorme sobre

a predestinação do caixão vazio.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 05/11/2024
Código do texto: T8190281
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