O observador de fascínios
O fascínio está nas palavras inventadas.
Meu amor é feito de pureza e inocência.
Adoro multidões assim como as lagartixas.
Tenho falhado em desaprender coisas.
Meu tempo corre em cascas de caracóis.
Colho desambições e metamorfoses.
O agora é qualquer coisa como mergulhar no rio.
Não tenho plantas enraizadas no passado.
O futuro é qualquer coisa como adormecer.
Tenho prestado atenção nas insignificâncias...
O cotidiano ensaia um encontro de louva-a-deus.
O amadurecimento tardio traz frutos mais amargos.
Observo quieto a fotossíntese do silêncio.
Tenho meditado no sono das preguiças.
Almejo a lúcidez e socialidade dos primatas.
Qualquer dia pego carona nas asas de uma águia.
Talvez haja alguma caverna para meditação nas montanhas.
É necessário desprendimentos para se criar encantos.
Haverá algo tão divino quanto a transformação das borboletas?
29 de outubro de 2024.