O observador de fascínios

O fascínio está nas palavras inventadas.

Meu amor é feito de pureza e inocência.

Adoro multidões assim como as lagartixas.

Tenho falhado em desaprender coisas.

Meu tempo corre em cascas de caracóis.

Colho desambições e metamorfoses.

O agora é qualquer coisa como mergulhar no rio.

Não tenho plantas enraizadas no passado.

O futuro é qualquer coisa como adormecer.

Tenho prestado atenção nas insignificâncias...

O cotidiano ensaia um encontro de louva-a-deus.

O amadurecimento tardio traz frutos mais amargos.

Observo quieto a fotossíntese do silêncio.

Tenho meditado no sono das preguiças.

Almejo a lúcidez e socialidade dos primatas.

Qualquer dia pego carona nas asas de uma águia.

Talvez haja alguma caverna para meditação nas montanhas.

É necessário desprendimentos para se criar encantos.

Haverá algo tão divino quanto a transformação das borboletas?

29 de outubro de 2024.

Fabio Los Santos
Enviado por Fabio Los Santos em 30/10/2024
Reeditado em 30/10/2024
Código do texto: T8185864
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