Odeio Você Camus!
Odeio você Camus!
A minha vida era feliz.
Achava que tudo a minha volta,
Era preto e branco, não era gris,
E que tudo era perfeito, sem revolta.
Odeio você Camus!
Em minha vida, entraste com maldade.
Como quem nada quer, todo matreiro,
Agiste sem nenhuma piedade,
Me Apresentando “O Estrangeiro”.
Odeio Você Camus!
Eu não me sinto um “Mearsault”!
Minha mãe? Está presente em minha vida.
Meu Édipo? É forte, não acabou.
Tampouco, sou um parricida!
Odeio Você Camus!
A mesmice que sinto não me faz mal.
Faz parte do meu cotidiano.
Trabalho, casa, lazer, tudo igual,
A cada hora, a cada dia, a cada ano.
Sabe, amo você Camus!
Porque incutiste na minha mente,
Enxergar a vida de uma nova maneira:
“Viver um único dia intensamente,
Vale por uma vida inteira”.
Camus, até mais ver!
Veja: sou um homem de bom grado,
Apesar de agora saber,
Que nesta vida, já nasci condenado.
(Quem não quer girar a roda, não leia “O Estrangeiro” de Albert Camus)