Madrugadas
Contando o tempo,
Me perco nessa ressaca.
Ressaca de ódio, de amor,
De orgulho, de pena.
Um soco na boca,
Que dói no coração...
E os olhos não acreditam,
Nessa imagem turva e
Tosca que se forma.
Mas daí vem a luz,
No meio da escuridão.
Em tempos como esse,
Todos vêem tão bem.
As árvores com seus brilhos,
O vermelho bem pintado,
E eu todo de preto,
De luto.
São tempos assim:
Que se aprende a viver novamente,
Que se dá e se dá novamente,
Que se aprende a amar novamente.
Ou tampouco de tal forma,
Afinal, aprende quem quer,
E quem não quer,
Se mantém no escuro.