Responde-me, Senhor!

Quem te criou, ó divindade serena,

Foi a luz ou o silêncio que te deu forma plena?

És tu o sopro do vento que afaga o mar?

Ou és a raiz que sustenta o mundo a girar?

Por que brilhas na noite, no céu profundo?

Serias tu a guia de cada ser vagabundo?

Qual é teu nome, escondido nas estrelas?

É teu rastro o que faz as flores reverdecer nas janelas?

Por onde caminhas, quando o sol se põe?

Tens tu a chave para o coração que se expõe?

Serás tu o eco nas montanhas distantes?

Ou és o brilho no olhar das crianças sonhantes?

Por que habitas tanto o mistério quanto a clareza?

És a sombra da dor ou a face da beleza?

Que histórias carregas no véu que te cobre?

De que fontes bebes, divindade tão nobre?

Por que te calas quando o mundo implora?

Estás em cada adeus ou és a saudade que mora?

Serás tu o destino ou a estrada infinita?

És tu a verdade ou a dúvida bendita?

Onde começas, onde vais terminar?

És o ciclo ou a pausa do tempo a girar?

Divindade, és esperança ou és acaso cruel?

Serás o fim ou o eterno painel?

Jhonnathan Pereira
Enviado por Jhonnathan Pereira em 22/10/2024
Código do texto: T8179378
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