NAVEGAR...

Navegar ...

Quero navegar por águas nunca antes navegadas.

Com minha nau errante buscar o colo da minha amada,

a tabua da maré me informa que é hora de partir,

adentrar ao mar,

içando as velas,

aproveitarei o barlavento e seguirei sem me importar com os rumos do sotavento,

a proa será sempre a minha referência,

e quando orçar buscando sempre aproximar a linha do vento sentirei que estarei feliz por estar navegando,

seguindo os ventos,

escalando as ondas e sonhando,

o som do mar me encanta,

no compasso das batidas do meu coração,

nas noites cálidas em água mansas ouvirei o som dos que amam,

se agita o mar revolto penso em voltar pra casa,

mas que casa???

minha nau a muito,

muito,

é o meu lar,

se o vento insiste em se fazer ausente me lembro que tenho remos e

parar não posso,

ainda tenho muito que navegar!

Fundear não posso!

Atracarei apenas quando minhas forças se findarem,

o cais não é minha morada,

o pier não é opção,

já passei em muitos portos e em alguns deles ancorei em outros apenas

passei,

a vida é assim!

nem sempre a segurança nos atrai,

ela por vezes nos aprisiona,

é preciso uma dose de aventura e perigo para o palpitar da vida,

a bombordo ou estibordo devo sempre seguir com os ventos,

calmaria não é opção!

farei das minhas manhãs minha bússola e seguirei intrépido os rumos dos que navegam em águas nunca antes navegadas,

da escotilha da alma vejo o horizonte sem fim,

também vejo as estrelas,

são tantas!

incontáveis e de formas e brilhos mil!

o sol,

todos os dias nasce vigoroso e gentilmente beija as águas pelas tardinhas,

tudo, tudo tão belo só me falta estar ao lado dela.

Proa e popa este é o limite da vida.