Poesia
Na paixão que pulsa por ti
Na pressa que me põe pressão pra compor palavras
Pra antes que o tempo passe e ponha um ponto final naquilo que em pranto acaba
A vida de quem pensa, produz, promete e parte corações com promessas não cumpridas
Pelo pouco tempo que passa rápido e parte as pretensões de quem sonha e pede pra que o sonho permaneça, posto que o real acaba
Sempre acaba
Apesar do pesar e da profunda tristeza de quem se apetece com a permanência da vida e procura encontrar as peças de todo o quebra-cabeças
As partes que faltam pras perguntas que precisam de respostas
E é perfeitamente compreensível que tenhamos perdido o ponto pelo meio do caminho
Pensando que na morte, do outro lado da ponte, o significado da guerra e da fome se explicariam
Dariam, portanto, um sentido a essa parte da vida
Da dor na pele, no peito e a pouca alegria que se apequena a cada dia
E parte em mais pedaços o meu coração partido
Se não foi Deus quem salgou o pranto
Foi o homem, nisto eu insisto
Pois é o homem quem preza e reza pela sua parte todo dia
Sem prezar ou rezar por quem está ao seu lado
E punir e pisar a quem está contra si
Pois é o homem que se prende e se perde na incerteza
Que peca e que paga por seus pecados
Para que o próximo aprenda e não pense em repetir
Mas nunca aprendem e sempre repetem
Como P's numa prosa poética
Onde o ponto chega cada vez mais perto
A cada verso que sobe e se apaga
Visto que hoje se lê de cima pra baixo
Em vez de lado a lado
E a pressa permanece absoluta
Então o poeta preenche todos os espaços, para que não se perca tempo
Como pensamentos que se seguem um após o outro
Sem pausas, paradas, passadas
Apenas pontuais perguntas e preciosos pedaços da extensão da linguagem
Eu chamo isso de: pensar.