Minha morte
como se morre?
como se deixa essa vida?
somos o que temos?
e quando não se tem o amor, como sorrir?
quando se vive uma vida de sonhos
o pesadelo da realidade mata
e mata onde apenas nós sabemos que vivemos
a alma resiste como pode, mas se entrega como presa
presa nesse infindável mar de questões
parece improvável tentar outra vez
mas tentar custa quanto?
acho que sou suficientemente rico pra pagar o preço
se eu gritasse, provavelmente minha voz morreia também
se eu silenciar a terra não me ouviria
deixar-me-ei vagar pelas ondas dos séculos
circundando as muralhas da minha vida
hoje eu declaro a minha morte!!
morro pro mundo que não jubila ante à beleza
morro pra mim, que desafio-me frente ao espelho
morro pra morte, por que pros mortos resta não morrer
morro pra aurora, por que na noite a infelicidade se transforma em poesia
morro pra noite por que o dia me traz o calor da esperança
morro pra esperança por que me engana e me torna fraco
morro, apenas morro... morrendo em morte de vida
essa, minha morte!!