O pé no fio da navalha
As gênesis da vida têm sua precipitação no equilíbrio ou no oposto? Quando algo está prestes a ser construído, em uma etapa retroativa há uma desconstrução. É possível observar na ruptura de uma semente germinada, no crescimento da barriga de uma mãe, na preparação de um terreno para uma construção. Essa reflexão nos carrega para pesos e medidas, ação e reação. Existe para tudo e em tudo alguma forma de equilíbrio? No primeiro instante a palavra equilíbrio, soa tão destoante e equivocada quanto o movimento de busca. Sugerir buscar e equilibrar-se em qualquer sentido, aspecto, pilar, ou como queira chamar, alguma parte fatiada da vida. Onde surgiu tal questionamento? Em que momento o ser humano, que evoluiu das cavernas para os arranha-céus em uma luta incessante de sobrevivência deparou- se consigo mesmo em uma espécie de narciso melhorado e passou a pensamentos lúdicos, imaginários, teóricos da sua própria existência? A organização e otimização do dia a dia da vida moderna tem suas raízes fincadas na pré-história, querendo ou não, atitudes, comportamentos atuais tem resquícios de um modelo passado. Tal modelo por vezes questionados, reprimidos, e, até suprimidos, tendem a minar uma condição de entrelaçamento de gerações de uma forma consistente e verdadeira.