Eterna
No silêncio do tempo,
Onde o vento sussurra segredos,
Ela caminha, invisível,
Nas entrelinhas do que somos.
Eterna, como a luz da lua,
Que atravessa as eras,
Persistente no brilho,
Mesmo quando as estrelas caem.
Não se mede em horas,
Nem se perde nos calendários,
Está além do toque,
Do limite dos dias.
Eterna é a lembrança,
Que vive nos olhos fechados,
Nos sonhos que não desbotam,
Na saudade que não se apaga.
Ela é o eco que fica,
Quando as vozes se calam,
A marca que o tempo não apaga,
A presença que nunca se vai.
Eterna, como o amor que persiste,
Mesmo nas cinzas do que foi,
Recria-se em cada gesto,
Renova-se em cada olhar.
Ela é a essência que respira,
No peito que arde em vida,
Na alma que se recusa a partir,
Porque no fim, ela é tudo,
O que permanece,
Quando tudo o mais se desfaz.